A Sala de Estar...Quando nosso coração necessita de um Pai


por Max Lucado

Pai nosso que estás nos céus.... Com estas palavras, Jesus escolta-nos à grande Casa de Deus. Devemos segui-lo? Há tanto para ver. Cada sala revela o coração do Pai; cada parada confortará a sua alma. E nenhuma sala é tão essencial quanto esta onde entramos primeiro. Caminhemos atrás dEle, enquanto nos introduz na sala de estar de Deus.

Sente-se na cadeira que foi feita para você e aqueça as mãos no fogo que nunca se apaga. Tire um tempinho para olhar as fotos emolduradas e achar a sua. Não se esqueça de pegar o álbum de recortes e localizar a história de sua vida. Mas, por favor, antes disso, poste-se ante a lareira e examine o quadro pendurado acima dela. Seu Pai estima muito esse retrato. Ele o pendurou onde todos o possam ver. Pare diante dele milhares de vezes, e cada olhada será como a primeira. Deixe que um milhão de pessoas fitem a pintura, e cada uma verá a si própria. E todas estarão certas.

Capturada no retrato está a terna cena de um pai e um filho. Atrás deles há uma grande casa sobre a colina. Sob seus pés passa um caminho estreito. Descendo da casa, o pai vem correndo. Subindo a trilha, o filho se arrasta. E ambos encontram-se no portão.

Não podemos enxergar a face do filho, mas podemos ver-lhe o manto esfarrapado e o cabelo pegajoso. Podemos notar a lama atrás de suas pernas, a sujeira em seus ombros, e a bolsa vazia no chão. Um dia, essa bolsa já foi cheia de dinheiro. Um dia, esse rapaz já foi cheio de orgulho. Isso, porém, uma dúzia de tabernas atrás. Agora, a bolsa e o orgulho esvaziaram-se. O pródigo não oferece presente nem explicação. Tudo o que ele oferece é o cheiro de porcos e uma desculpa ensaiada: "Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho" (Lc 15.21).

Ele não se sente merecedor de seus direitos de primogenitura. "Degrada-me. Pune-me. Tira meu nome da caixa do correio e minhas iniciais da árvore genealógica. Estou disposto a desistir de meu lugar à mesa". O moço contenta-se em ser um empregado. Há apenas um problema: embora o jovem esteja disposto a deixar de ser filho, o pai não está disposto a deixar de ser pai.

Nosso Aba. Dentre todos os seus nomes, o favorito de Deus é Pai. Sabemos que Ele ama este nome, porque é o que Ele mais usa. Enquanto esteve na Terra, Jesus chamou Deus de Pai mais de duzentas vezes. Em suas primeiras palavras registradas, Jesus elucidou: "Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?" (Lc 2.49, ARA). Em sua última e triunfante oração, Ele proclamou: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23.46). Só no Evangelho de João, o Senhor Jesus repetiu este nome 156 vezes. Deus gosta de ser chamado de Pai. Além do que, Jesus não nos ensinou a começar nossa oração com a frase "Aba nosso"?

É difícil para nós entendermos o quanto foi revolucionário haver Jesus chamado Jeová de Aba. O que hoje é uma prática habitual, nos dias de Jesus era algo incomum. Joachim Jeremias, erudito no Novo Testamento, descreve quão raramente o termo era usado:

“Com a ajuda de meus assistentes, examinei a literatura devocional do antigo judaísmo... O resultado desses exames foi que, em lugar algum dessa vasta literatura, foi achada a invocação de Deus como "Aba, Pai". Aba era uma palavra comum; uma palavra familiar e corriqueira. Nenhum judeu teria ousado tratar Deus dessa maneira. Não obstante, Jesus o fez em todas as suas orações a nós legadas, com uma única exceção: o brado da cruz — "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" Na oração do Senhor, Jesus autorizou os discípulos a repetirem a palavra Aba depois dEle, dando-lhes o direito de partilharem sua condição de Filho. Autorizou-os a falar com o seu Pai celeste de um modo mais confiante e familiar”.

As duas primeiras palavras da oração do Senhor são plenas de significado: "Pai nosso" lembra-nos que somos bem-vindos à Casa de Deus, porque fomos adotados pelo dono..

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