Co-Dependência


por Reinaldo de Paula

O que é Co-dependência?

A co-dependência ocorre quando uma pessoa "toma conta" de um indivíduo viciado ou problemático.

Esse indivíduo pode ser dependente de álcool, drogas ou jogo. Ou, ele ou ela pode estar com problemas emocionais causados por uma doença física ou emocional.

O co-dependente pode ser um cônjuge, pai, mãe, filho, amigo, etc.

Abaixo listamos os principais papéis que os co-dependentes costumam desempenhar: 
  • Permissivo: permite que a pessoa continue a ter o seu comportamento ou vício autodestrutivo ou nega que a pessoa tenha algum problema.
  • Salvador: cria desculpas para o comportamento da pessoa, ou "salva-a" de situações desagradáveis (por exemplo: colocar um alcoólatra na cama após ele ter desmaiado).
  • Babá: cuida de todos os aspectos familiares e financeiros que mantêm a família unida.
  • Participador: racionaliza o comportamento destrutivo da pessoa como sendo algo normal, permitindo que ele aconteça ou mesmo participando dele.
  • Herói: torna-se uma "super pessoa" para preservar a imagem da família.
  • Queixoso: culpa a pessoa e torna-a bode expiatório de todos os problemas.
  • Alienado: desliga-se da família e age como se não ligasse para o problema ou para a pessoa.
A maioria dos co-dependentes não percebe que tem um problema: co-dependência.

Essas pessoas concentram mais energia nas atitudes e necessidades do outro do que nas próprias.

Pensam estar ajudando o outro.


Perguntas a fazer.

Você age de maneira semelhante a três ou mais das afirmações abaixo?
  • Pensa mais no comportamento e nos problemas do outro do que na sua própria vida. 
  • Sente-se ansioso em relação ao comportamento da pessoa viciada e controla-a constantemente na tentativa de pegá-la usando a droga e/ou álcool. 
  • Teme que se parar de controlar o outro ele perderá o controle. 
  • Culpa-se pelos problemas dessa outra pessoa. 
  • Acoberta essa pessoa quando ela é "pega" mentindo ou está em situação embaraçosa em relação ao seu problema ou vício. 
  • Nega que essa pessoa realmente tenha problema com drogas, álcool, etc., e fica bravo ou na defensiva quando outros sugerem que haja um problema de dependência ou uso abusivo de substâncias como álcool ou drogas.
(Nota: Você pode não ser um verdadeiro co-dependente, mas deve procurar ter consciência de como o seu comportamento pode estar colaborando com o vício ou dependência de outra pessoa.)


Dicas de Auto-cuidado

A maioria dos co-dependentes não percebe sua co-dependência e pode precisar de ajuda para tal. As dicas que se seguem são sugestões gerais.

Para muitas pessoas, é difícil segui-las sem a ajuda de um psicólogo ou orientador.

  • Leia livros sobre co-dependências. Estes podem ser encontrados em livrarias e bibliotecas. Você poderá se identificar com o que lê e adquirir conhecimento.
  • Concentre-se nestes 3 "C":
  • Você não causou o problema da outra pessoa.
  • Você não pode controlar essa pessoa.
  • Você não pode curar o problema.
  • Não minta, não dê desculpas e não acoberte o uso abusivo de álcool, drogas, ou outros problemas. Admita para si mesmo que esta não é uma maneira normal de viver e que a pessoa envolvida tem realmente problema e precisa de ajuda profissional.
  • Recuse-se a ajudar a pessoa. Toda vez que você "salva" uma pessoa dependente de um problema, você está reafirmando a incapacidade dessa pessoa e sua falta de esperança.
  • Se você ou suas crianças estiverem sofrendo de abuso verbal ou sexual, não permita que essa situação continue. Saiba que existem vários grupos de orientação e apoio para co-dependentes.
  • Continue mantendo suas rotinas familiares normais. Inclua o alcoólatra, por exemplo, quando este estiver sóbrio.
  • Concentre-se nos seus próprios sentimentos, desejos e necessidades. Pensamentos negativos costumam sempre estar por perto. É importante eliminá-los de maneira saudável. Comece a fazer o que é bom para você e para o seu bem-estar.
  • Permita que as crianças expressem seus sentimentos abertamente. Mostre a elas como fazê-lo expressando os seus próprios sentimentos.
  • Estabeleça limites para o que irá ou não fazer. Seja firme e respeite esses limites. É natural querer ajudar as pessoas que você ama, mas neste caso não trará nenhum benefício.
  • Procure se envolver em novas experiências e interesses. Encontre maneiras de desviar sua atenção dos problemas do outro.
  • Responsabilize-se por você e pelas outras pessoas da família no sentido de viverem uma vida melhor, independente da recuperação da pessoa amada.
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